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sexta-feira, 2 de abril de 2010

Momentos Difíceis

Autor: Marcos Luiz Gonçalves
Diretor ABRAGUARDAS


Momento triste que vivemos, quando vemos aquilo que mais amamos ser entregue de forma passiva, com aceitação e conformismo.

São tantas regras que dificultam nosso serviço, burocratizando sem objetividade, nos podando de exercer nossa função social, através de normas impostas, influenciadas por aqueles que pregam a hegemonia, depreciando nossa instituição e abatendo nosso moral.

A prática utilizada é aquela que podemos estudar no livro “A arte da guerra”, e se nos atermos à obra veremos que tudo o que deve ser feito para alcançar o sucesso e a vitória, praticamos o inverso. Grandes erros de estratégia, porém não para atacar, mas erros de defesa, defesa de nossos interesses. Esse é o motivo de nossa indignação, pois estes erros implicam em nossa sobrevivência. Existem interpretações diversas sobre as legislações ou normas que nos regem, só não é compreensivo a interpretação que temos de nós para nós mesmos, aplicando o pior da lei, ou seja, os rigores da lei. Isto prova, através da hierarquização e de normas duras, que fomos militarizados e rumamos contra a essência da polícia, nos tornando um órgão de proteção do estado deixando de lado os interesses de nossa sociedade, assumindo o papel de polícia repressiva, perdendo nossa característica preventiva.

Este quadro referencia a instituição de segurança municipal da maior cidade de São Paulo, do Brasil, da América do Sul…, ou como diz meu grande amigo Pereira: “A maior Guarda Civil Metropolitana do Universo”

Estamos passando por um período de instabilidade, política e funcional, a qual nos afeta e nos atribui, de forma taxativa, uma ineficiência que não é nossa.

Percebe-se a estratégia na prática, tudo que foi articulado hoje está evidenciado nos bastidores, na forma de um regime de extrema ditadura, a qual nos limita e nos impõe atividades, até então, nunca vivenciadas, tirando de nós o que sempre fomos e nos impondo uma característica diferente a tudo aquilo que se pode considerar como racional.

O momento é difícil, creio que implica em nossa sobrevivência como instituição policial, pois pessoas políticas, influenciadas por forças ocultas ou estranhas, estranhas a tudo e a todos, que entendem, por interpretação e/ou com muita subjetividade, que não somos necessários.

O que é mais essencial à nossa população, aquele que a assiste ou aquele que dita que o cerceamento do direito é essencial para a manutenção da ordem públlica?

Ser polícia é diferente daquilo que vivenciamos, é ser um servidor dedicado, porém sabedor de seus deveres, que executa o papel de ordenador social respeitando a dignidade da pessoa.

Nossa característica nos dita o papel que exercemos na segurança pública. Somos profissionais de segurança, tão digno quanto qualquer outro profissional, indiferente da instituição que serve.

O fato de estarmos sendo inferiorizados, desestimulados, oprimidos, desrespeitados…não nos impede de reagir, reagir mostrando nossa capacidade, assim, se aceitarmos passivamente o que nos é imposto, estaremos fadados ao extermínio, não pela dissolução de nossa instituição, muito pior, mas pela perda de nossa característica, nossa identidade, a qual nos é essencial e nos fortalece como grupo.

Os ideais nos unem, o moral nos mantém unidos e vivos, se nos desligarmos daquilo que nos originou, nossas convicções entrarão em conflito e com a perda de nossa personalidade funcional estaremos suscetíveis aos diversos ataques maliciosos que nos derrotarão.

É muito difícil gritar palavras de união, sei que não serei ouvido, mas é a única forma de nos defendermos até a saída daqueles que são danosos a nós, nós instituição.

Sejam fortes meus amigos e alcançaremos juntos nossos objetivos. Reajam às imposições, reagir de forma racional, entendendo a dinâmica do extermínio e direcionando suas ações à coletividade, se dedicando mais a nossa instituição e exigindo o direito de exercer suas atividades de forma digna, segura e saudável.


Extraído do Blog "ABRAGUARDAS"

8 comentários:

  1. De fato estamos sendo vendidos por aqueles que só pensam na aposentadoria. Eles se entregam e não defendem aquilo que garante seu cargo.
    Correto é gritar pra que todos ouçam, o problema é a mã vontade, aquela que mata de raiva, má vontades da maioria dos GCMs que se preocupam só com seu quadrado.
    O CD Gonçalves está certo em alertar a todos, quero ver se alguém se toca.
    Parabéns ao blog pelas matérias.

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  2. Realmente a nossa instituição está sendo vendida a um preço muito irrisório por aqueles que estão pensando somente em suas aposentadorias. Se ao mesnos eles pensassem na instituição e não somente nessa aposentadoria, a situação ficaria melhor para todos, inclusive eles.

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  3. Gonçalves,

    meus parabéns pela mensagem, temos que nos valorizar juntamente com a instituição, nos unificando em prol de um objetivo, infelizmente nossos superiores só pensam em si.

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  4. é a verdade, estamos a margem dos servidores, nós somos os únicos dos servidores com a mordaça, não podendo reclamar de nada que esteja errado.
    tudo aocntece com a gente, tudo de errado está em nós. nós somos a única categoria que não consegue nada na prefetiura.
    um monte de portarias que não serve para nada. falam do que já fazemos. isto é para desmoralizar mesmo.

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  5. A luta nunca foi fácil e fica mais complicada a cada dia, não desista, pois eu não desistirei da nossa Corporação, estamos aos poucos criando pequenos grupos que poderão se unir para combater no futuro o inimigo comum, nunca pensei que poderiámos ser a maior guarda do universo, por enquanto permaneço no anonimato na hora certa estarei ao lado de vocês.

    parabéns pelo blog e ao CD Gonçalves

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  6. Precisamos de pessoas com vontade de lutar por mudanças e não ficar parados olhando o tempo passar.

    Parabéns pelo trabalho da Abraguardas, continuem assim

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  7. O texto aborda com muita propriedade velhos dilemas éticos entre aqueles que aspiram a evolução de nossa corporação, a maioria, e alguns que relutam em assumir responsabilidades inerentes as novas demandas sociais. Estou convicto de que se houver além da política fisiológica presente, sobretudo vontade em discutirmos nossas dificuldades em todos os níveis, estabelecermos metas a serem alcançadas, não sucumbiremos. Os ares democráticos têm um ambiente favorável em nossa corporação, a imposição de velhos paradigmas devem ser abandonados. Novas perpectivas, além da aposentadoria, evidenciarão nossa função social e o verdadeiro reconhecimento do cidadão, fim precípuo. Devemos preparar, deixando de lado interesses e egos, nossa GUARDA para as próximas gerações. Ainda há tempo. Parabéns CD Gonçalves pelo oportuno texto.

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  8. Meu amigo Gonçalves, infelizmente ainda não amadurecemos como instituição, mesmo após 24 anos de existência não conseguimos nos organizar de modo que o coletivo fosse valorizado, deixando a nossa querida Guarda aos sabores do acaso. Será que sempre estaremos pondo nossas esperanças em alguém "de fora"? O que faltou para nossa identidade não ter sido mantida? São questões e mais questões que creio ainda estamos longe de uma discussão direta e franca, mas não perderemos a fé, e buscaremos enquanto estivermos aqui, lutando pelo ideal azul-marinho em prol do povo paulistano!

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