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segunda-feira, 15 de março de 2010

A falência do ensino público nacional.

Autor: Carlos Eduardo Ribeiro da Costa

Ao final da Segunda Grande Guerra Mundial o mundo foi dividido em vários blocos. O bloco dos ricos e o dos pobres, o bloco dos vencedores e o dos vencidos, o bloco capitalista e o socialista e não devemos esquecer o bloco do 3º mundo, que hoje chamam de “Países Emergentes” ao qual fazemos parte, e que em quase sua totalidade é composto por países do hemisfério sul.

Um país pode fazer parte de vários blocos, os E.U.A., por exemplo, faz parte dos vencedores, é rico e capitalista.

Nós brasileiros, que antes éramos do 3º mundo e agora emergentes (muda-se a terminologia, mas a essência é a mesma), sem expressão, sem amor próprio, sem história, sem perspectiva de futuro e sem opção do presente só participamos da Segunda Grande Guerra (e não vejo nenhum mérito nisso) porque, reza a lenda, teve algumas embarcações afundadas por países pertencentes ao “eixo” (Alemanha, Itália e Japão). Mas nas minhas divagações, fico tentando imaginar o que armas de guerras alemãs estavam fazendo em águas pacíficas, a milhares de quilômetros do conflito e, pior ainda, o que ganhariam afundando embarcações que até então, pertenciam a uma nação neutra no conflito?

Mas quem poderá contestar a história? E como “fala” o colega mantenedor deste “blog” “a história é contada sob a versão dos vencedores”.

Talvez devido a esta inércia que vivemos a submissão sempre imposta e aceita, aos acordos realizados visando sempre à pacificação, lembremo-nos do “Tratado de Tordesilhas” onde a coroa Portuguesa veio apenas tomar ciência do quanto possuía, logo a história do descobrimento é uma farsa, do fim do Brasil Colônia e o início do Brasil Império, onde a ex-colônia (nós) assumimos uma dívida de Portugal com a Inglaterra e ficamos com um Imperador Português de brinde, do fim da escravidão devido pressão da Inglaterra que queria mais mercado consumidor para seus produtos industrializados, o fim do Brasil Império e o início do Brasil República onde mais uma vez assumimos a divida de Portugal com a Inglaterra, a Consolidação das Leis do Trabalho (C.L.T.) pois o país vivia um clima tenso e isto serviu para acalmar os ânimos.

Esses fatos e muitos outros que existem e não cabe comentar, pois não sou historiador e sim um grande curioso adepto da máxima “conheces a verdade e ela o libertará” nos tornaram uma nação subserviente e de índole medíocre sempre esperando que alguém faça algo por nós e que o Poder Público de uma forma ou de outra, resolva todos os problemas, afinal, são nossos lideres, responsáveis pelo nosso bem estar.

O Japão, ao final da Segunda Grande Guerra estava destruído estruturalmente, mas o amor do povo a seu país continuava forte, o Imperador Hiroito iniciou um processo de reconstrução, precisava de pessoas capacitadas nas mais diversas áreas e por ser um país geograficamente pequeno e grande parte de seu território ser ocupado por montanhas e vulcões, e o clima ser frio, não poderia investir em agropecuária ou agricultura, precisava reconstruir a nação, investir em tecnologia e hoje vemos o resultado de um trabalho árduo, uma das maiores potências do mundo, referência mundial em tecnologia, economia, educação e etc.

Bem, depois de tanta falácia, onde quero chegar? Vejamos...em conversa com um conhecido, ele me disse que no Japão, se um aluno fosse surpreendido atrapalhando as aulas era castigado. Perguntei qual era o castigo imposto ao qual me respondeu não saber, pois ninguém falava em aula. Um jovem não conseguir uma vaga na universidade é motivo de vergonha para a família.

Guardadas as diferenças culturais, o que vemos é um povo consciente e líderes conscientes, com valores éticos fortalecidos.

Voltemos ao nosso mundo. Educação nunca foi o carro chefe desta grande nação, perdoem-me, mas quando “digo” grande é na questão territorial, e até pouco tempo atrás, faculdade era apenas para a elite.

Era?

Será mesmo?

Vejamos assim...o ensino público é falido, com raríssimas exceções, o sistema de ensino é patético. O Governo para iludir, alegando inclusão social, cria um sem número de cotas, alunos não reprovam no primário, inventa uma prova (ENEM) que pode valer “pontos” ou “meios” para freqüentar instituições de ensino que visam apenas o lucro, portanto não reprovam e não fazem questão que se aprenda. A qualidade dos profissionais é duvidosa, para não dizer lamentável, e conheço muitos que possuem o tão falado “nível superior”, mas na prática são analfabetos funcionais.

As instituições de ensino sérias, de todos os níveis, ainda pertencem à elite. A grande maioria de profissionais de nome e renome vieram destas instituições e pertencem a nata social. Por nata social entendem-se os 2% da população que detêm 70%da economia.

Agora a triste constatação, o negócio está tão descambado, que já temos cursos superiores à distância, supletivo do segundo grau em menos de seis meses (como que se reduz uma carga de ensino de três anos em seis meses? que mágica é essa?), cursos “superiores” de dois anos (com duas horas e meia de aula por dia), e já estão avacalhando até a especialização. Daqui a alguns anos, pelo andar da carruagem, não precisará nem dominar outra língua para mestrado.

Outro dia, ouvi de um agente público que ele está fazendo parte de um curso de especialização ministrado pelo poder público, dividido em módulos, e que ao final disto, totalizará cerca de quarenta dias, poderá ser validado como uma “Pós Graduação”. Pergunto: Em que?

Nada contra a especialização, afinal é válido, quem dera que todos pudessem se aprimorar, conhecer mais e com isso tornar a sociedade em que vivemos bem melhor do que está. Mas sei de muitos exemplos que fizeram curso superior apenas para obter o diploma, porque a profissão exige para poder ocupar um determinado cargo e não possuem quase nenhuma ou nenhuma afinidade com o que estudaram, prova disto foi um destes formado em “Gestão” não saber efetuar um cálculo de juros compostos. Na minha humilde opinião, é o mesmo que um Juiz de Direito não saber explicar o conceito de Jurisprudência.

A banalização do ensino, educação, cultura, ou seja lá a terminologia usada, se tornou um câncer incrustado de tal forma que necessitamos de uma reformulação completa no sistema senão, daqui a pouco, teremos cirurgiões formados pela internet.

Carlos Eduardo Ribeiro da Costa
Técnico em eletrotécnica pela Escola Técnica Getúlio Vargas
Técnico em informática pela Escola Técnica Lauro Gomas
Aluno do curso de Processamento de Dados da Fatec/SP
Estou na GCM/SP desde Julho de 1992 ocupando atualmente o cargo de Classe Distinta.

9 comentários:

  1. Meu Caro Eduardo, esta triste constatação é feita dia a dia por alguns, alguns mesmo. Enquanto a maioria prefere tapar os ouvidos e fechar os olhos a esta triste realidade afinal um ser "alfabetizado" neste moldes contesta o que? E mais, hoje ocupa espaços antes impensáveis na nossa sociedade por isso temos tantos casos de "virose". Ouvimos o mestre usar pronuncias do tipo "a gente vamos" e nem se dar conta. Mas não podemos perder as esperanças continuemos buscando um caminho e influenciando aqueles que estão a nossa volta e conseguimos ainda alcançar com nossos curtos braços. Um exército de braços curtos é capaz de façanhas maravilhosas e de alcançar pontos cada vez mais distantes.
    Abraço!!!!!

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  2. em termo de tecnologia nós brasileiros estão anos luz distante do mundo desenvolvido uma comparação simples seria como o mundo desenvolvido estivesse neste momento fabricando a tv de plasma o Brasil ainda na preto e branco, o nosso pais ainda é um feudo
    preocupa somente em produzir grãos que é um insumo barato porém importar tecnologia a alto custo, o Brasil é um país de poucos doutores que desenvolvem tecnologia pois o icentivo e subsidio do governo é isignificante só para ter uma ideia a Coreia era agraria na virada da década 70 para 80 povo analfabeto em alta escala, hoje é um pais que vende tecnologia para o mundo inteiro nao é mais agrario o primeiro passe foi erradicar o analfabetismo
    formar uma nação consciente e nao enganar com faz aqui.

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  3. Me permita discordar de alguns pontos.

    A visão submissa e pessimista do autor não serve como premissa para a realidade do ensino público no Brasil atualmente. Certamente milhares de brasileiros não compartilham o mesmo ponto de vista. Muito pelo contrário, nos últimos anos a política externa brasileira tem sido motivo de orgulho, aliás reconhecida em todo o planeta (não faltam prêmios, elogios, comentários e seguidores).

    O resto do texto mistura alhos com bugalhos e demonstra que o autor não aprofundou em nenhum dos temas. Não vale a pena estender o assunto. Como exemplo fica a questão das cotas e a sugestão é assistir o vídeo neste link: http://www.youtube.com/watch?v=Ug7VpRGbK9Q (qualquer um que assistir conseguirá entender o que está por trás do sistema de cotas).

    Ao avançar sobre o Ensino à Distância, o autor mostra um ponto de vista no mínimo anacrônico: não é a tecnologia que define a qualidade de ensino. É preciso aprender como as coisas funcionam antes de dar uma opinião, como por exemplo saber que cursos de pós graduação são regulamentados pelo MEC (então quais são as regras? Como funciona? Qual a carga horária? Pesquise!).

    Como o ponto de vista parte de alguém que está se formando na área de informática, torna-se uma "pérola" justamente porque mostra que o autor não entendeu bem o que ele próprio está fazendo.

    Esqueça a informática: você não acredita nela. Invista em um curso de história ou sociologia para entender que a baixa qualidade de ensino no Brasil é um instrumento de controle das elites sobre o restante da população. Educar mal hoje para controlar amanhã.

    Também não posso deixar de comentar os comentários: Brasil há anos luz distante do mundo desenvolvido??? Quanta ignorância... O Brasil é um dos países mais avançados em informática, um dos maiores produtores de software do mundo com um mercado muito maior do que a maioria dos países da zona do euro. Toda tecnologia de ponta lançada no planeta é simultaneamente lançada no Brasil. Ninguém ensinou isso para essa galera??

    Como se diz lá no boteco: "tão mais por fora do que umbigo de vedete"...

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Certa vez um ditador que estava no banco dos réus se expressou mais ou menos da seguinte forma: "Hoje estou sendo julgado por vocês como quem cometeu um crime de guerra, isto porque, meu pais saiu derrotado na batalha; se nós tivessemos vencido, quem estariam sentados em meu lugar seriam vocês". Esta é a forma pela qual a história oficial é contada nos livros didáticos, narrada por aqueles que lograram êxito em algum momento da vida.

    No artigo foi colocada a frase: "conheces a verdade e ela o libertará". Não é bem assim.

    De tempos em tempos a verdade muda. Nem mesmo a ciência consegue sustentar uma "verdade" por muito tempo. Novas técnicas de estudos acabam comprovando que uma tese estava errada. Esta é a dialética da evolução.

    Contudo, continuo acreditando que o caminho para o nosso progresso está no aprimoramento de nosso intelecto e no incansável estudo de tudo que está atrelado à nossa atividade profissional.

    Para tanto, não devemos esperar que governos nos forneçam os meios. Como disse o autor do artigo, em termos de educação e ensino, temos serviços de qualidades duvidosas sendo oferecidos pelo poder público. Contudo, tudo que aprendemos resulta de um esforço individual. O grande lançe está em buscar o conhecimento, e jamais esperar que alguém os traga até nós. Desde que não estejamos privados de nossos movimentos mais essenciais, tudo é possivel de ser conquistado.

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  6. Ensine a pescar, jamais de o peixe.

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  7. Felizmente, em teoria, vivemos em um país democrático, e eu não tenho a intenção de criar dogmas com minhas opiniões. Todos têm o direito de ter opinião própria, aliás, devem. Concordo com o Inspetor no tocante à qualidade da educação, que isto depende muito de quem aprende. Concordo plenamente, prova disto são os inúmeros autodidatas que existem como Bill Gates, Steve Jobs (o primeiro fundador da Microsoft, o segundo, fundador da Apple e Pixar) e etc. que não são formados e, no entanto, o intelecto não cabe discussão(Lula não cabe neste tema, estamos falando de intelectual e não esperteza...rsrs...).
    Quanto ao Brasil exportar tecnologia, creio que há um engano, o Brasil exporta sim, tecnólogos, prova disto é que a maioria dos formandos do ITA vão para o exterior haja vista não há campo por aqui. Muitos formandos da USP têm emprego certo no exterior ao concluir a universidade.
    Produção de Software...muito tímido...pode-se dizer, irrelevante. O Brasil tem sim, o 2º lugar de acesso a internet (Orkut, MSN, Twiter, Pornografia, etc), e também uma grande comunidade Hacker, que faz com que nossos profissionais de tecnologia e do restante do mundo sempre estejam se aperfeiçoando.
    Quanto aos prêmios recebidos pela educação no país, com todo o respeito, sabemos que os dados são maquiados. Um número alto de matriculados e de aprovação não é sinônimo de qualidade, e para comprovar isto, não precisamos ser estudiosos do assunto, é só freqüentarmos as escolas públicas, e pedirmos para ver os cadernos dos alunos, verificarem a qualidade das músicas ouvidas pelos jovens (que hoje em dia, de 13 a 29 anos de idade é considerado jovem), e pior, a qualidade do português da maioria da nação.
    Se estiver tão errado assim, talvez eu esteja vivendo em outro país, e peço desculpas pelo engano.

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  8. “A sociedade do futuro é aquela em que vamos aprender a qualquer hora, em qualquer lugar e com qualquer pessoa” (DIMENSTEIN, Gilberto. Convergências para o futuro. Folha de S. Paulo, São Paulo, 14 mar. 2010. C8).

    Veja artigo correlato em: http://blog.damasio.com.br/?p=1337#more-1337

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  9. O comentário acima diz tudo. Basta reler Dimenstein para entender o ponto de vista dominante aqui. É informação obtida na Folha de São Paulo, Revista Veja, Estadão... O Brasil realmente não presta para esses caras (era bom quando eles governavam..).

    Escolas públicas são ruins? Claro, esse é o plano. A qualidade das músicas é ruim? Você esperava o quê. Sob a batuta neo-liberal, é o mercado definindo valores.

    Leiam um pouco do conteúdo contido nestes sites:
    http://www.paulohenriqueamorim.com.br/
    http://www.viomundo.com.br/
    http://anaispoliticos.blogspot.com/

    Não sei se é certo o errado, mas é um ponto de vista diferente. Arrisque.

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