Autor: Carlos Eduardo Ribeiro da Costa
Classe Distinta da Guarda Civil Metropolitana de São Paulo
Muito se fala em
Planejamento Estratégico em nossa instituição, mas fico me perguntando:
"Será que as pessoas sabem e compreendem o sentido destas duas
palavras?".
Não vou entrar
aqui se nossa instituição aplica de forma correta este conceito e muito menos
querer explanar de forma a elucidar o que é isto.
Ora, se não vai
fazer nem um nem outro então para que ler este artigo?
Não cabe a mim
falar sobre aplicação do conceito em nossa instituição primeiro por uma questão legal, não sou autorizado a isto e segundo por que não sou um "expert" no assunto.
Mas concordamos
que o tema é recorrente, vira e mexe
ouvimos algo ligado a isto e muitos torcem o nariz, alegam que a burocracia
emperra a operacionalidade. Mas se observarmos as instituições, desde as
privadas até as públicas, das pequenas as grandes, veremos que grande parte
delas aplicam isto e já não é de hoje. As Forças Armadas investem pesado na
formação de grupos especializados na
solução de problemas específicos (tropas de elite), e ao invés de gastar um
número gigantesco de recursos sem ter a certeza se a solução será a contento enviam um grupo
especializado com uma grande chance de sucesso, existe todo um aparato por trás
disto, um serviço de inteligência, informações trocadas, estatísticas, mapas,
investimento em capacitação, materiais, tecnologias, tudo para o sucesso
da operação da melhor forma possível,
com o menor número de baixas possíveis (o ideal é nenhuma).
As empresas há
muito tempo aprenderam que precisam direcionar seus recursos
para atingir da melhor forma seus objetivos, que na prática se resume a
lucro, capacidade de crescimento, se
manter no mercado, possibilidade de novos lançamentos mantendo os clientes e
por ai se vai... tudo isto tem uma
estratégia de anos e anos até atingir um objetivo e depois vem outras
estratégias para continuar ou melhorar cada vez mais, pois chegar ao topo é relativamente fácil quando se comparado ao
trabalho em se manter no topo. Como casos de sucesso podemos citar algumas
empresas mundialmente conhecidas como Microsoft, Samsung, Aple, Volkswagem e
etc...
Se pararmos para
pensar, veremos que muito do que compramos é de certa forma supérfluo, e
compramos mais por um apelo da moda ou mídia
do que simples necessidade... vemos que o avanço de uma tecnologia
muitas vezes nos leva a aquisição de um
material sem nem mesmo saber para que queremos ou usaremos aquele bem
adquirido. Isto é fruto de um trabalho de marketing continuado que nos embute a idéia de que precisamos daquilo para algo, e muitas das vezes isto não é verdade.
Mas como as empresas fazem isto? Como elas nos vendem algo que não precisamos muitas? Como pode isto?
Isto é
marketing, mas por trás disto está o planejamento da empresa, o uso de estratégia,
saber quais os gostos e como devem e o
que devem fazer para manter a população gastando sempre, mantendo empregos e
lucros sempre.
Isto em se
tratando de empresas privadas que visam o lucro, mas nossa GCM é uma empresa pública
e não visa lucro, então do que serve um
planejamento?
De uma forma bem
resumida, podemos definir planejamento como: "Um processo desenvolvido
para o alcance de uma situação desejada de um modo mais eficiente, eficaz
e efetivo, com a melhor concentração de
esforços e recursos pela empresa".
Vimos que temos
duas palavras bem parecidas (eficiência e eficácia) mas que significam coisas
bem diferentes:
Eficiência:
trata de como fazer e não do que fazer,
de fazer certo e não fazer a coisa certa. Quando se fala em eficiência, fala-se
de produtividade, ou seja, fazer mais com menos.
Eficácia: trata
do que fazer, de fazer a coisa certa, de como fazer, qual o caminho.
Depois de escolhida a forma, fazer de forma produtiva. A eficácia
leva a eficiência.
No mundo de hoje
onde temos falta de recursos e abundância de problemas, saber usar da melhor
forma os recursos existentes para maximizar os resultados deixou de ser
uma alternativa e passou a ser uma obrigação para todos os gestores.
No caso das
organizações de segurança pública (nisto incluo as Guardas Municipais) que sofrem com a falta de
investimento, com o descaso do poder público, com a falta de apoio da
população, com o constante crescimento nos "indicadores" criminais,
com um sistema legal fraco e corrupto, com um sistema prisional que é uma
piada (de mau gosto), com baixos salários e etc, saber utilizar os conceitos de
Planejamento Estratégico é vital para maximizar sempre os resultados e saber
onde e quando aplicar os parcos recursos
de forma a obter sempre melhores resultados.
Se uma região
tem um alto índice de roubo de veículos, vamos aumentar o número de rondas naqueles locais visando a
prisão destes meliantes e baixar estes índices, isto é um exemplo de uso
planejado dos recursos, onde e quando usar e com objetivo.
Quais escolas
são mais problemáticas? O que elas tem em comum? O que as leva a serem desta
forma? O que pode ser feito na parte da segurança para amainar este tipo de
problema? Quais os piores horários? Quais ações neste tipo problema deram
melhores resultados em outros locais?
Estas e outras
questões devem ser levantadas para chegar a um consenso de como agir, e não
fazer as coisas de forma desordenada e no escuro.
É claro que
todas as decisões tomadas se baseiam em
uma série de estudos e informações, nada deve ser aleatório e não é apenas o
que um "acha", esse tempo de amadorismo está no fim e para sucesso de
ações deve haver participação de todos. O tempo da truculência também acabou.
Mas como saber
onde e como aplicar os recursos? Como saber exatamente quais recursos possuo e
o que posso fazer com eles? Quais são minhas demandas? O que consigo fazer
hoje? Usando o que tenho hoje, como faço para aumentar minha
"produção"? O que preciso hoje
para atender toda a minha demanda? Daqui a X tempo usando como exemplo o hoje,
como será minha demanda? Quanto de recurso humano e material terei que ter para
atender a esta demanda? Onde preciso investir? Quanto preciso investir? Qual a
melhor forma de investir?
Estas e muitas
outras questões fazem parte dos setores envolvidos na gestão e planejamento de
uma organização. E você me pergunta: "Nossa, e como eles fazem para
responder a estas perguntas?".
Além de pessoas
das mais diversas áreas e órgãos envolvidos, temos também o uso de ferramentas
de auxílio na gestão. Aqui entra uma arma muito poderosa utilizada a milênios
pelos homens, a Informação, mas isto é assunto
para um próximo artigo quem sabe, e caso ELE me permita fazer algo neste
sentido, irei tentar mostrar nele como que o trabalho de todos é importante
para atingir um objetivo comum, e quando cito todos é todos de verdade!
Não sei se
consegui atingir o objetivo desejado deste artigo que nada mais é demonstrar
que Planejamento Estratégico não é uma assunto novo, que nós em nossas vidas
muitas vezes fazemos um, que as empresas independente de sua natureza precisam aplicar este
conceito.
Findo aqui este
pequeno artigo, espero que gostem, é claro que gostar e concordar é diferente,
peço que discutam isto entre colegas, deixo aqui o convite para opiniões e troca
de idéias sobre o explanado, agradeço imensamente a todos que tiveram a
paciência em me aturar nestas linhas e ao administrador do blog que abre este
canal de comunicação.
Que o GRANDE
CRIADOR sempre olhe por nós e nos dê força e sabedoria para conseguirmos vencer
as dificuldades dadas pela vida.
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