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sábado, 31 de julho de 2010

Minha Maioridade

Autor: Carlos Eduardo Ribeiro da Costa

Parece que foi ontem, mas no próximo 31 de julho completo 18 anos de serviço prestados á municipalidade, e me orgulho em exaltar que foram 18 anos bem trabalhados sem falsa modéstia, construí meu nome nesta instituição e contribui para que ela seja o que é hoje.

Prestes a adquirir a maioridade, e acompanhando a maioridade adquirida da nossa corporação, acompanho a evolução do tempo e das pessoas que passam a fazer parte dela.

Lembro que ao ingressar, me achava diferente dos “antigões” e tinha uma certa inveja deles, pois eles eram os “linhas de frente” os “polícias pra c...” e tinha uma grande vontade de fazer parte daquele seleto grupo de homens e mulheres que faziam a diferença e espalhavam o nome e a moral da GCM onde iam.

Era muito raro as coisas darem erradas para eles, parece que tinham olho clínico para as coisas, sabiam onde se metiam e mesmo que algo saísse um pouco fora do “script” eles sabiam “arredondar” para que elas voltassem aos eixos, ou seja, a seu domínio.

É lógico que a época era outra, outra forma de pensar dos ingressantes, outros chefes, outra legislação, outra filosofia ... sinto saudades de algumas coisas, daquele afã de produzir algo, a disputa sadia em busca de ocorrências, e éramos estimulados por nossos comandantes a produzir, ganhávamos respeito, e quanto maior fosse o respeito conquistado, melhor era sua ocupação...uma questão de reconhecimento, você sabia desenvolver o serviço logo iria para o lugar onde tinha serviço, onde precisava de pessoas com desenvoltura, com garra, com amor, determinação, enaltecer ainda mais o nome da nossa pequena, mas grande GCM...
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Fiz parte da, para alguns, saudosa ROMU, não me adaptei, mas aprendi muito lá, fui para a IR-SÉ, muita política, e mesmo assim o pessoal trabalhava, vestia a camisa, mas acabei retornando a área sul, minha origem, minha escola, meu calvário, meu édem.

Lá eu fui forjado, e tal qual o aço, tive que resistir a diversas situações até ficar moldado ao que sou hoje. Reconheço, tive excelentes mestres na arte do policiamento e até os péssimos me deixaram alguma coisa.

Sinto falta dos que foram por diversos motivos e infelizmente não fazem parte de nossas fileiras, falo dos bons, dos que ajudaram a construir o nome e a moral desta corporação. Sinto falta dos que agora estão adormecidos, me lembro de alguns quando eles eram “linhas de frente” e hoje, a fera está enjaulada no interior, talvez aguardando o momento oportuno de despertar, análogo a Fênix mitológica...

Lembro que recentemente, conversando com um “recém chegado” (recruta), na companhia de mais um antigo, conversávamos sobre um colega, mais antigo que nós, como ele era e que agora, devido “ás forças do além”, ele está digamos “bem mais calmo”, o recém chegado não acreditava que aquele “antigão”, que só reclamava e fazia o estritamente necessário já havia sido por muitos anos um “linha de frente”, um “polícia pra c...” e que tinha muito a ensinar á grande maioria.

É com uma certa tristeza n’alma e no coração que sinto a nossa GCM perder sua identidade, os novos nem de longe lembram a nós na nossa assunção. A história mudou muito, e em muitos aspectos, para pior. Talvez eu seja um saudosista, talvez este “velho lobo das estepes” não tenha se adaptado aos novos tempos.

Mas no próximo dia 31 de Julho eu juro que comemorarei, em silêncio, na solidão de meu coração e minha alma, comemorarei a maioridade e por ter conseguido chegar tão longe... se penso em chegar mais longe? Não sei, tudo vai depender de “n” fatores, mas uma coisa é certa, somos seres vivos e racionais e sempre buscamos a nosso modo, a evolução.

Quero deixar aqui, o meu mais sincero agradecimento a todos aqueles, que de alguma forma ajudaram a forjar o aço do meu ser e até hoje me ajudam. Nenhum ser é uma estrela solitária, temos momentos de solidão em nosso íntimo, mas vivemos em sociedade no exterior. Meu mais puro e sincero agradecimento.

Que o Grande CRIADOR nos ilumine sempre e permita nos superar e com isso, possamos superar todas as dificuldades que surgirem em nosso caminho e, quando chegarmos ao fim de nossa caminhada, possamos olhar para trás e vermos que o nosso legado valeu a pena, não foi em vão e a nossa corporação, a qual dedicamos grande parte de nossas vidas, cresceu e se firmou, sendo independente.

Possamos nos orgulhar de ter colocado um pequeno tijolo na grande edificação.

Que ELE esteja sempre conosco em nossos corações.

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