As pesquisas, estudos e levantamentos que integram o Observatório do Crack lançado pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) com o objetivo de mostrar a realidade das drogas no país estão contribuindo na elaboração do relatório final da Comissão Especial de Políticas Públicas de Combate às Drogas, da Câmara dos Deputados. O Sistema de Informações que a CNM montou e continua recolhendo dados mostra que o crack se espalhou e faltam ações de combate, de prevenção e de tratamento.
A comissão deve encerrar os trabalhos no inicio de dezembro com a votação do relatório. Depois deve ser criada outra comissão para estudar projetos de sei sobre o tema. O relator da comissão, deputado Givaldo Carimbão (PSB-AL) adianta que o relatório está quase pronto e que o Observatório do Crack da CNM está sendo de grande importância para consultas e informações. Um pré-relatório será distribuído aos 51 parlamentares da comissão que apresentem sugestões. O relator quer evitar emendas que atrasem a aprovação final do documento. “São aproximadamente mil páginas de contribuições para que seja criada uma política nacional de combate às drogas”, antecipa.
A decisão do governo de lançar um programa de combate às drogas na próxima terça-feira, 29 de novembro, foi duramente criticada pelo relator. O parlamentar considerou um desrespeito ao parlamento já que a comissão estuda o assunto há oito meses, fez 40 viagens para cidades do Brasil e do exterior para conhecer experiências de outros países, e não foi ouvida, “o mesmo acontecendo com a CNM que tem um grande trabalho sobre o crack”, lamenta. Para Carimbão, lançar um programa sem ouvir deputados e outros entes, é inaceitável. “Esse plano é um engodo. Tive a oportunidade de ver a proposta do governo e não nada de prevenção e nem de reinserção”, garante.
O presidente da comissão, deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) destacou a importância do Observatório do Crack, lançado pela CNM. “Será uma fonte de consulta permanente pela sua atualização e dados de todo o Brasil”, destaca. Disse concordar com a afirmação do presidente da CNM, Paulo Ziulkoski de que as cidades brasileiras não estão preparadas para enfrentar as drogas, em especial o crack. Segundo ele, não há profissionais capacitados, nem infraestrutura para acolher os dependentes químicos.
Fonte: Portal Observatório do Crack
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