Autor: Wagner Pereira
Classe Distinta da Guarda Civil Metropolitana de São Paulo
Bacharel em Direito
A Copa do Mundo de 2014, que será realizada no Brasil, pode trazer vários reflexos negativos ao país, principalmente em sua economia, em razão da irresponsabilidade dos gastos dos recursos públicos e conseqüentemente o endividamento dos governos, Federal, Estaduais e Municipais.
Classe Distinta da Guarda Civil Metropolitana de São Paulo
Bacharel em Direito
A Copa do Mundo de 2014, que será realizada no Brasil, pode trazer vários reflexos negativos ao país, principalmente em sua economia, em razão da irresponsabilidade dos gastos dos recursos públicos e conseqüentemente o endividamento dos governos, Federal, Estaduais e Municipais.
A experiência de 2007, com a realização dos Jogos Pan Americanos na Cidade do Rio de Janeiro, não serviu de conscientização para os político e população e principalmente as autoridades públicas, pois o legado deixado não é nada estimulante, principalmente no caso do Estádio João Havelange, conhecido como Engenhão, de propriedade da Prefeitura da Cidade, que se tornou um elefante branco no país do futebol.
O Estádio possui capacidade para 46.931 torcedores, teve um custo aproximado aos cofres públicos de R$ 380 milhões, altamente inflacionados ante a previsão inicial de R$ 60 milhões, porém foi arrendado pelo Botafogo, que paga aos cofres públicos aluguel de R$ 36 mil, numa estimativa de 80 (oitenta) anos para que a Prefeitura Carioca recupere o valor investido, porém o referido clube teve lucro de R$ 1,4 bilhão com a utilização do Engenhão, fato retratado na matéria “Botafogo, lucra, e Prefeitura só fica com aluguel do Engenhão”, publicada no Portal Folha.com.
O Estádio João Havelange foi palco dos Jogos Mundiais Militares – Edição 2011, com custo de R$ 1,5 bilhão aos cofres públicos para realização de 10 (dez) dias de evento, informação postada no Portal Plano Brasil.
As obras em todos os estádios que serão utilizados na Copa do Mundo estão com cronograma atrasado, forçando a intervenção do poder público e os recursos do erário, sob a alegação de que o país não pode ser exposto de forma vexatória ao mundo.
No caso de São Paulo é um espetáculo de interesses, como diria nosso saudoso Ex-Presidente Luis Inácio “Lula” da Silva, jamais visto nesse país, a definição da escolha do estádio é digna de uma pirotecnia mambembe, quando se preferiu a emoção que a racionalidade, inicialmente o palco seria o Estádio Cícero Pompeu de Toledo, conhecido como Morumbi, tudo caminhava bem, expansão do Metrô, dos corredores de ônibus, proximidade aos principais hospitais do país.
Contudo, não foi aprovado, pois o São Paulo não aceitou as exigências da FIFA, que encareceram o orçamento inicial das obras, previamente aprovadas, pois as mudanças comprometeriam as receitas do clube, exemplo que deveria ser seguido pelo Poder Público.
Surgiram algumas alternativas, a mirabolante do Piritubão que seria um complexo de instalações para grandes eventos, porém exigiria investimentos estruturais como hospitais, escolas, transporte público, não haveria tempo, então surge a alternativa do Estádio Paulo Machado de Carvalho, conhecido como Pacaembu, de propriedade da Prefeitura, porém foi rejeitado pela sua capacidade de público que não comportaria as exigências para abertura da Copa, mas curiosamente foi palco da Final da Libertadores da América deste ano.
Em silêncio trabalha o Palmeiras na reforma de seu estádio, que provavelmente será uns dos mais modernos do país, bem localizado, com estrutura do Metrô e CPTM, com várias vias de acesso, corredor de ônibus, hospitais e próximo das melhores redes hoteleiras do país, sofre constantes embargos de suas obras, pois não pode ficar pronto antes de 2014 e principalmente não usa recursos públicos.
O receio de toda sociedade paulista quando do anúncio da realização da Copa do Mundo no Brasil se materializou, os sábios decidiram pela construção de mais um estádio na Capital, o local escolhido foi o Corinthians, não é engano, pouco importava o local, mas sim atender interesses eleitorais e financeiros utilizando o time do povão.
A brincadeira inicialmente teria custo de R$ 350 milhões, porém foram anunciadas cifras de R$ 1 bilhão, ou seja, 3 (três) Engenhões bem pagos, o Executivo e a Vereança Municipal que deveriam anunciar investimentos em obras estruturais, como a modernização do Metrô e CPTM, criar corredor de ônibus, duplicar a Radial Leste, principal via de acesso, criação de novos hospitais para a Região de Itaquera, nos surpreende com a aprovação de incentivos fiscais da ordem de R$ 420 milhões, para uma obra privada, fato que foi abordado na matéria “Copa quase triplica o preço do Itaquerão”, publicada no Portal Folha.com.
Ilogicamente, o clube que não teria condições de bancar as obras do seu próprio estádio anuncia que tem fôlego para investir R$ 88 milhões em um jogador, apesar disto temos que agüentar alguns Camaristas ostentando que fizeram sua parte ao aprovar os míseros incentivos fiscais mencionados.
Não bastasse tantas manobras, surge o puxadinho ou estruturas provisórias para ampliar a capacidade do estádio que sequer foi construído e já receba reforma, com incentivos do Governo do Estado de R$ 50 milhões, porém, ao final da copa, será desativado, ou seja, esse valor para uma partida de futebol.
Ainda surge mais um problema, o terreno destinado a construção do estádio possui dutos de gás da Petrobrás, permanecendo a dúvida se o erário estatal irá arcar com o custo.
Aos meus amigos de Parque São Jorge pode soar como inveja deste tricolor de coração, mas antes de torcedor temos que ser cidadão, embora no país do futebol isso seja quase impossível, poderíamos tentar, por isso acredito que a Arena Corintiana deve ser o Pacaembu.
A Copa do Mundo do Brasil com certeza será mais cara da história, pois segundo a matéria "Copa no Brasil custa mais que as três últimas edições somadas ", publicada no Portal Uol, ou seja, gastamos mais que França, Japão, Coréia e Africa, provavelmente passaremos anos escutando que os recursos para segurança, educação, saúde, transporte, habitação, tecnologia foram empregados de forma equivocada na "Copa" e que não há recursos para investimentos estruturais e nos salários dos profissionais dessas áreas.
Este artigo foi escrito durante minha ida ao Aeroporto Internacional de Guarulhos, em que fiquei uma hora buscando uma vaga e não encontrei, paguei o serviço (?) e fui embora, lembrando que este será o principal aeroporto do país, se não acredita assista a reportagem “Motoristas disputam vaga no aeroporto de Guarulhos”, no Portal Globo.com.
Voltando a Cidade Maravilhosa, somente para o sorteio das eliminatórias foram gastos R$ 30 milhões do erário público carioca e fluminense, qual será o valor final dessa aventura.
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