Por: Dennis Guerra
Guarda Civil Metropolitano - 2ª Classe - GCM/SP
Editor do Blog O Cão de Guarda Notícias
Hoje, de certo modo, acordei não me sentindo preparado para redigir um artigo para lhe apresentar, caro leitor. Mas não me sentir preparado, ou realmente não estar preparado, é uma questão que resolvo facilmente - me preparando.
Parece redundante a minha
observação, correto?
Mas não é. Vejamos:
Por volta dos meus 19 anos de idade, eu trabalhava como ajudante geral em uma importadora e resolvi que gostaria de trabalhar como motofretista (motoboy), pois vi que existia um mercado de trabalho vasto à época. Juntei dinheiro do meu parco salário durante dois anos e comprei uma motocicleta usada - Ratoerinha era o seu nome.
No dia seguinte, fiz a minha inscrição em um curso de condutores. No dia do teste prático, consegui finalizá-lo com êxito. Enfim, eu estava habilitado. Bem, estava quase preparado para me tornar um motofretista. Faltava o emprego.
Durante uma festa com amigos, passamos em frente à uma agência de motofrete. Claro que estava fechada àquela hora da madrugada, mas guardei o endereço e voltei no dia seguinte.
Lá conheci o Sr. Domingos - que Deus o tenha - e ele perguntou o que eu conhecia da cidade de São Paulo. Sabendo o quanto eu estava cru sobre o assunto, me entregou uma listagem com o nome de algumas avenidas principais da cidade, tais como: 23 de Maio, 09 de Julho, Brigadeiro Luís Antônio, Paulista... enfim, e me disse para percorrê-as durante aquela semana. Fazendo isso, o emprego seria meu. Uma amiga me presenteou em meu aniversário com um guia de ruas. Foi o meu primeiro.
Percorria todas aquelas avenidas. Parecia estranho no início, mas era apenas mais uma etapa da minha preparação. Mesmo naquela época, via tudo aquilo como parte do meu treinamento. Era só o início, durante muitos anos outras oportunidades me foram dadas.
O sr. Domingos sempre me deu dicas sobre a profissão e, por que não, sobre a vida - até mesmo quando não era mais o seu funcionário - Nunca passou a seus clientes que eu não estava preparado para fazer um serviço, pelo contrário, sempre afirmava ao telefone "Estou enviando o meu melhor funcionário".
Foi assim que exerci a profissão até ingressar na Guarda Civil Metropolitana em 2001. Segundo ele, uma pesquisa social foi feita na agência durante o concurso. E ele teria dito que eu estaria preparado para essa mais nova oportunidade.
O senhor Domingos nunca afirmou que eu não estava preparado, nunca. Para o Sr. Domingos seria muito fácil afirmar algo assim por tudo o que testemunhou. Mas aquele senhorzinho não era covarde.
Retomando o início do artigo, me preparei buscando em minhas memórias assuntos para dividir com você. Estar preparado é fácil, difícil poderia ser convencer você disso.
É uma honra ter um texto meu publicado neste site que sempre me foi referência. Muito obrigado a todos vocês!
ResponderExcluirEstamos preparados?
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