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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Chegam novas eleições e com elas velhos discursos.

Autor: Marcos Bazzana Delgado
Inspetor da GCM-SP

Bacharel em Ciências Jurídicas
Pós Graduado em Segurança Pública


Chegam novas eleições e com elas velhos discursos. Alguns exemplos são: “Temos que eleger um candidato da GCM”, “Temos que nos unir”, “Guarda vota em Guarda”, “Precisamos ter um representante”, e tantos outros já bastante conhecidos que nem preciso citar.

Em minha opinião, tais argumentos não são suficientes para mobilizar a categoria, nem para convencer um eleitor a votar simplesmente por votar, sem que a ele sejam apresentados propósitos consistentes.

É preciso muito mais que isso. É preciso que exista um candidato com conteúdo e capacidade para a função almejada.

Temos que ter responsabilidade social, e fazer do nosso poder legislativo uma casa ocupada por pessoas qualificadas. Não podemos pensar só nas guardas, temos que nos preocupar com o Brasil como um todo. É ruim para nosso país ter em seus quadros de parlamentares pessoas voltadas para interesses próprios. E o interesse próprio fica demonstrado no momento que o pretenso candidato se apresenta sem preparo, sem projetos de trabalho, sem uma bagagem cultural, sem o mínimo conhecimento do trabalho que seus eleitores desenvolvem, sem compartilhar seus ideais, suas propostas e seus argumentos.

Nestes quase 24 anos de existência da Guarda Civil Metropolitana da Cidade de São Paulo muitas coisas evoluíram, nela, na sociedade brasileira e no mundo. Novos conceitos e novas concepções. Hoje, para ser um bom policial, não basta saber fazer uma abordagem segura, ter uma boa pontaria ou um bom tirocínio. Há que ser somada a todas estas qualidades a inteligência, a capacidade administrativa e o preparo intelectual. Há que se ter pleno conhecimento da instituição, das leias que a regem, dos caminhos que ela toma e os objetivos que ela pretende alcançar. Além disso, é necessário que o bom policial tenha conhecimento do funcionamento da sociedade a que pretende servir, ele deve conhecer seus problemas e suas propostas de solução.

Quem quer se aventurar no pleito eleitoral e pretende pedir votos na ceara da instituição policial, para ser aceito, deve primeiro reunir as condições que julgamos acima necessárias para ser um bom policial, depois, mostrar que tem condições de representar bem a instituição, deve mostrar coragem, mostrar que tem garras e determinação. Deve saber se expressar e expor suas reivindicações. Deve ter boa argumentação para convencer e, principalmente, deve ter honestidade e respeito aos que lhe acompanham.

Não basta percorrer regiões mostrando sua face e ficar de um lado para o outro tirando fotos. Não basta tomar projetos criados por seus pares e transformá-los em proposituras eleitoreiras, que no final das contas ficam esquecidas nas pautas emperradas das casas legislativas.

Hoje, vejo como exemplo de um bom lutador, mas que defende outra instituição, por vezes com interesses antagônicos aos nossos, o Deputado Major Olímpio. Quem o conhece e o viu trabalhar, sabe que ele não poupa críticas ao governo quando necessário. É possuidor de uma capacidade oratória invejável, e defende a Polícia Militar com amor e dedicação. Mas a nós ele não serve, até porque nestas suas investidas, acaba em alguns casos se insurgindo contra as guardas municipais. Cito como exemplo representação feita em desfavor da atuação do GAE - Grupo de Ações Estratégicas. Se o foco dele é voltado para a PM, que peça votos na PM.

Se hoje tivéssemos que escolher uma pessoa preparada para ser o candidato das guardas municipais teríamos que pinçar delicadamente aquele que melhor se mostrar preparado. Não é uma tarefa fácil, mas também não é impossível. Temos grandes batalhadores que a todo o tempo estão se atualizando e estão voltados para a nossa causa independente de intenções políticas. Sem menosprezar os que ficarão de fora, gostaria de citar como exemplo alguns, como o Comandante Malta, o Comandante Menezes, o Inspetor Aldo, o GCM Villar, o CD Augusto, o CD Pereira, o CD Faria, o CD Naval, o CD Matos, entre outros.

Enquanto isso, não precisamos nos desesperar porque ainda não temos nossos representantes institucionais ocupando cargo políticos. Volto a afirmar que o nosso progresso e a nossa “libertação” está no esforço contínuo pelo aprimoramento, seja na técnica operacional, seja no estudo constante de todos os valores que nos cercam.

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