Um brinde a vida

Autor: Carlos Eduardo Ribeiro da Costa

Classe Distinta da Guarda Civil Metropolitana de São Paulo

E na caminhada vejo que muitas coisas passaram e nem eu sei explicar como. As vezes, mesmo que de forma inconsciente, olho para o CRIADOR e pergunto "Onde estão meus quarenta anos vividos meu PAI?".

Realmente, o provérbio de que a vida é curta e passa rápido é verdadeiro. Hoje me lembro de quando tinha apenas 3 anos e meio, chegando aqui em São Paulo, era uma tarde chuvosa, uma água que nunca tinha vista em meu estado natal...e já se foram quarenta anos praticamente, e é como se fosse ontem...é incrível o poder e força do tempo, ninguém escapa dele, podemos protelar várias coisas, mas um dia, cedo ou tarde, ele se faz presente...é incrível e as vezes, cruel...

Quantas vezes, ao andar na rua, vejo jovens desperdiçando a vida e o tempo deles, as oportunidades se fazendo presentes e eles sem conseguirem enxergar...meu DEUS, o que eu não daria para poder ter meus 16 anos de volta, o que eu iria fazer, não sei, mas como é bom ter o tempo a seu favor, poder deixar as coisas para amanhã.

Ou, talvez, se eu tivesse a consciência que tenho hoje, investiria pesado para quando tornar a ter quarenta anos, as coisas serem muito diferentes, mas muito mesmo...não apenas na parte financeira, mas quantas coisas eu mudaria...não iria conhecer a "Dama de Branco", nem tampouco a "Canabis", o "Soro da verdade" (a cerveja e conseqüentemente, o alcoolismo) não me teria jamais como seu servo. Não seria um adepto do tabagismo, como fui por 16 longos anos de minha vida.

Quantas lágrimas teria evitado, minhas e de quem me rodeava...quanto peso de meus ombros me livraria...

Me guiaria pelo bom caminho, aquele que nossos pais sempre nos aconselharam e nós nunca lhes escutamos.

Me esforçaria para uma formação mais cedo, e não tão tardia...talvez, quem sabe, adepto a prática de esportes.

Algumas coisas não mudaria, jamais, voltaria a ser G.C.M., as pessoas que conheci, e conheceria muito mais, principalmente as do sexo oposto  (meu grande pecado, minha culpa e tão somente minha culpa).

Não me envolveria com drogas, isto inclui política e sindicatos. Valorizaria mais as pessoas que foram e são importantes para mim, porque sei que elas vão e nem tivemos a oportunidades de lhes confessar como foram importantes, neste momento lembro da CD Zenaide e do GCM Reginaldo (grande "Chinaldo") e de como minha vida não teria sido completa sem eles...perdas de fato, pessoas que valorizo, acrescentaram muito, em vários aspectos, que o CRIADOR cuide bem deles e peço que eles continuem nos olhando e auxiliando.

A instituição/corporação GCM me deu muitas coisas, e graças ao bom DEUS, tive o prazer de ingressar em uma época que pude viver de tudo nela, desde a época do "Polícia pra caramba" até a época do "Agente da Administração Pública", vi e vivi muitas coisas, nos meus quarenta anos de vida e vinte de corporação vi e vivi coisas que a grande maioria das pessoas nem sonha em viver, acham que é folclore, só ELE e eu sabemos, e quando ponho minha cabeça no travesseiro e me recordo de algumas coisas, fico relembrando, como se vivesse aqueles momentos novamente, alguns me arrependo amargamente, outros me divertem e chegam a arrancar risos, mesmo depois de tantos anos, e alguns me causam um grande orgulho, orgulho mesmo, me sinto o maior...fiz o bem para algumas pessoas...pô, isto sim, não tem preço...

Alguns dirão que ainda estou novo, tenho muito para viver. Concordo plenamente, e o que me resta de vida irei procurar viver com qualidade, mas o que passou não tem volta...

As vezes, quando estou conversando e/ou filosofando com minha Exma Senhora, digo a ela que quando for ter com o responsável pela minha recepção na pós vida (após a morte evidente), e ele começar a folhear o meu livro da vida (mais por charme do que por necessidade, pois ele já saberá de tudo), me condenará por todos os atos considerados errados, mas me absolverá por eu ter aproveitado o grande dom dado por DEUS, que é o "livre arbítrio", que reza a lenda, somos as únicas criaturas com este dom, e por sermos criaturas diletas D'ELE, e possuirmos algo que ninguém mais tem, nem mesmo os Arcanjos, e que mesmo eles com seus grandes poderes sendo superados apenas pelos do PAI, tinham que se curvar a nós, e por isso começaram uma grande batalha nos céus, resultando no exílio de Lúcifer e seus seguidores.

Por que escrevo isto?

É simples...devemos valorizar sempre a vida, devemos aproveitar a vida, devemos agradecer a oportunidade de estar vivos e a chance de poder fazer diferente, nos aperfeiçoar...apesar de querer mudar várias coisas, não posso negar que aproveitei, dentro do contexto que achava á época, bem a vida.

Uma coisa que sempre digo, é que quando tiver meus sessenta anos (será que chegarei até lá?) quero olhar para trás e entre muitos sentimentos que formarão um turbilhão envoltos nas lembranças, eu chegue a seguinte conclusão: "Eu vivi, e muito, obrigado meu PAI".

É meus caros, como disse o poeta "Nem mesmo as colunas de mármore podem com o tempo, quanto mais os pobres corações de cera", portanto, um brinde a vida! V