Autora: Elza Paulina de Souza
Inspetora da Guarda Civil Metropolitana da Cidade de São Paulo
Ela representa o que há de mais covarde e cômodo na nossa vivência e experiência de vida, qualquer que seja o âmbito.
Covarde porque há um resultado a apresentar e logo outra pessoa terá que assumir a execução da tarefa e claro terá que fazer por dois e cômodo porque bloqueia aí mais uma oportunidade de agregar conhecimentos, e claro a resposta não é a mesma, pode ser melhor ou pior, mas nunca a planejada.
E isso é muito grave, tão grave quanto “Ninguém tem mais nada a me ensinar!”, “Que palestra horrível, não aprendi nada!!!”, “Fulano, me ensinar como fazer???!!! É ruim heim!!!!” e assim sucessivamente, vamos revelando mais e mais nossa limitação como seres humanos, logo racionais, e enfraquecendo ainda mais nosso meio da maneira mais estúpida possível, o da “ignorância”, o da recusa do saber, quer seja este meio familiar, social e/ou profissional, afinal a todo momento aprendemos, mesmo que seja a ter paciência.
Talvez não aprendemos por preguiça de aprender, não ensinamos por preguiça de ensinar e/ou por medo. Medo de assumir novos trabalhos, de errar, de aceitar, de renunciar, de novos desafios, medo de crescer, afinal crescer dói...
Ouvi desde pequena a seguinte frase de minha mãe: - “Pegue sua bandeira e vá a luta!!!”, ela dizia que nós (uma família de 05 filhas e 01 menino) não podíamos ter medo de errar, que era muito mais triste não tentar, e que isso dependia nossa sobrevivência... e hoje sei bem o que é isso. Diariamente convivemos com frases feitas, bonitas e bem formuladas - até eu as uso claro, principalmente quando quero impressionar, travar uma discussão e ou defender meu ponto de vista – afinal também serve prá isso, mas principalmente para que possamos refletir e aprender, uma vez que na tradução e na transformação para a realidade percebemos não ser tão simples assim, que muitas vezes afirmamos uma situação e agimos de maneira diferente.
Costumo dizer que quando nascemos, recebemos um livro – O Livro da Vida – e até certa idade nossos pais são responsáveis pelas anotações, entretanto, depois somos nós e somente nós os responsáveis por aquilo que escrevemos e/ou que permitimos que escrevam em suas páginas. Depende única e exclusivamente de nós o teor destas páginas, o que se registra, pois uma vez escrito jamais apagado, nossas alegrias, nossas tristezas, nossos sonhos, nossos dramas, frustrações, medos e assim sucessivamente. Nossa experiência de vida é um eterno aprendizado, claro não poderia ser diferente, é baseado em nossas tentativas, nossos erros e acertos que construímos nossa caminhada e é o que apresentamos a cada dia.
Quero finalizar dizendo que não sou exemplo para ninguém estou apenas procurando me exercitar na grande escola da vida e para mais uma reflexão, um trecho do texto de Martha Medeiros - A Melhor resposta...
“Podemos maquiar algumas respostas ou podemos silenciar sobre o que não queremos que venha à tona. Inútil. A soma dos nossos dias assinará este inventário. Fará um levantamento honesto. Cazuza já nos cutucava: suas idéias correspondem aos fatos? De novo: o que a gente diz é apenas o que a gente diz. Lá no finalzinho, a vida que construímos é que se revelará o mais eficiente detector de nossas mentiras.”
Parabéns Inspetora Elza,
ResponderExcluirBrilhante a sua mensagem, pois faz o ser humano refletir sobre suas ações, pena que nem todos os colegas de profissão terão acesso ao texto e para pode repensar suas atitudes profissionais, especialmente as frases: "... Podemos maquiar algumas respostas ou podemos silenciar sobre o que não queremos que venha à tona.(...) o que a gente diz é apenas o que a gente diz. Lá no finalzinho, a vida que construímos é que se revelará o mais eficiente detector de nossas mentiras."
Inspetora Elza;
ResponderExcluirEmbora vivamos em coletividade, seja na família, entre amigos, profissionalmente, enfim na sociedade. Somos indivíduos, cada um temos nossa personalidade, nossos pensamentos, as próprias angustias e sonhos. Veio-me à mente mais uma frase feita:- “Faça o que eu digo, não faça o que eu faço”. Erramos sim, sobretudo por que tentamos e não queremos que nossos erros sejam repetidos pelas pessoas que amamos. Por isso se dá os ensinamentos e com nossos erros há sim o que se aprender e ensinar.
Parabéns pelo texto.
Quero dizer que não devemos ter medo de errar,pois os mais velhos já diziam: 'É errando que se aprende".Estamos sempre aprendendo algo com nossos erros.Nós não nascemos guardas civís,se tivéssemos medo de errar não teriamos aprendido á sermos guardas civís.
ResponderExcluirPois eu não tenho medo do desconhecido,eu procuro entender ,conhecer,talvez errando no inicio mas acertando no final. Para encerrar (não sei tento fazer).
Belíssimo, texto. Gera reflexão profunda e oxalá, mudança de comportamento, para que as nossas idéias correspondam aos fatos, e quando chegar lá no finalzinho, o detector de mentiras tenha trabalho nenhum.
ResponderExcluirTáta
òtimo inspetora . È o Nilton Ishii da turma 48 , preciso entrar em contato com a senhora.Meu email : nilton.ishii@hotmail.com .
ResponderExcluirAbraços !