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quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

A indignação do Rouxinol


Autora: Erika Genaro
Guarda Civil Metropolitana de São Paulo
Formada em Marketing pela Universidade da Cidade de São Paulo - UNICID
E Políticas Públicas pela Pontifícia Universidade Católica - PUC




A palavra indignação no dicionário Aurélio quer dizer "sentimento de cólera despertado por ação indigna", acredito que é a melhor definição para meu sentimento hoje. O que sentir quando vemos a injustiça transitar livremente pelos corredores da boa vontade e entre pessoas que dedicam suas vidas para ajudar? Pensando neste sentido lembro-me da história do Rouxinol e do Cuco.


O Cuco é um pássaro considerado um parasita, a mamãe Cuco bota seu ovos no ninho do Rouxinol, mas como os ovos do Cuco é muito semelhante ao da outra ave, a mãe dona do ninho não faz diferença com os seus, no entanto o ovo da ave parasita eclode primeiro, pois seu ciclo de gestação é menor.

Ao nascer a ave hospedeira joga os outros ovos para fora do ninho, mata os filhotes de Rouxinol e ocupa o lugar como um filho legítimo. Os pequenos e dedicados pais cuidam do filhote postiço como se fosse seu, alimentam-no com todo amor. Mas o filhote é muito maior do que o que um Rouxinol e fica cada vez mais difícil e trabalhoso para os pequenos pais, alimentá-lo é um trabalho que não pára nunca.

Por todo o tempo o Cuco sacrifica seus pobres pais, que com seu infinito amor o alimenta, sem se quer questionar que aquele enorme filhote não é seu, e em momento algum deixa de alimentar, cuidar, mantendo-o fora de perigo e longe das ameaças dos predadores.

Durante este período a ave parasita alimenta-se deste amor e carinho, é mantido aquecido, alimentado até ficar grande e forte e não caber mais no pequeno ninho do Rouxinol, neste momento ele parte para viver livre sua vida, mas ao sair destrói o ninho, como símbolo da sua ingratidão.

O Rouxinol pode chegar à morte por fadiga e fome durante esta incansável busca para cuidar de seu filhote.
Todos os dias caímos e nos levantamos para alimentar os Cucos que vivem nos nossos ninhos, uma luta diária para a sobrevivência.

Tantos Cucos já passaram e ainda vão passar, mas continuaremos em pé, com honra e brio característico do Rouxinol.

Mas eu pergunto a você, até quando? 

3 comentários:

  1. Antonio da Rocha Posso5 de dezembro de 2012 às 14:09

    Boa tarde,

    Excelente artigo, mais uma vez nos brinda com a leitura de um trabalho de peso e qualidade.

    Parabéns por sua desenvoltura.

    Boa tarde!
    Erika,

    Parabéns pela comparação, mas certamente os Cucos que se vão e volta, não são os únicos responsáveis pela situação caótica em que vivenciamos; parcela disso tudo é de responsabilidade daqueles que se transvestem no azul para visarem interesses pessoais e não no coletivo.
    Enquanto pessoas transvestidas no azul continuarem pensando no próprio umbigo, nossos Rouxinóis continuaram a sacrificar e a derramar seu suor para a gratificação daqueles.

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  2. Eu respondo, à la Plebe Rude:

    Até quando esperar
    até me ajoelhar
    esperando a ajuda de Deus!

    Só ele pode dar fim nos Cucos!

    Bela comparação!Parabéns...

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  3. Brilhante, até mesmo na escolha do título. Uma excelente analogia que nos prende desde o início.
    Parabéns pelo excelente artigo! Esperamos poder contar sempre com artigos de qualidade como este, desta forma demonstramos que somos compostos de seres humanos pensantes e não uma massa uniforme, como se fossemos gado esperando o abate!

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