Seguidores

quarta-feira, 21 de outubro de 2020

Da Redação - Inspetor de Divisão Amauri Silva da GCM SP - Suplente de Vereador na Cidade de São Paulo


Amauri Silva nasceu em 2 de outubro de 1966 na cidade de Lucélia, interior de São Paulo. Filho de Antonio e dona Santa tem um irmão, casado com Flávia e quatro filhos.

Em 1974, após uma forte geada que devastou o cafezal que era o sustento do pai e, com apenas oito anos de idade, mudou com a família para a capital paulista. O vereador Amauri Silva é morador da Zona Leste há mais de 40 anos.

Ao contrário de muitos adolescentes, aos 15 anos começou a trabalhar e assim que completou 18 serviu a Força Aérea Brasileira (FAB) no quartel da Base Aérea de São Paulo. Foi membro da 1ª Turma de 1985 onde permaneceu até junho de 1986 para, em seguida, iniciar carreira na Guarda Civil Metropolitana de São Paulo onde passou pelas seguintes unidades:

● Inspetoria Regional da Sé (1986 a 1992)

● Inspetoria da Ronda Ostensiva Municipal /ROMU na sua criação (1992 a 2000)

● Grupo de Operações Especiais (GOPE) e Grupo Especial de Proteção

Ambiental /GEPAM (2000 a 2002)

● Inspetoria de Ermelino Matarazzo (2000 a 2006)

● Inspetoria da Guarda Ambiental e Inspetoria Ambiental de São Miguel Paulista

(2006 a 2013)

● Inspetoria da Câmara Municipal de São Paulo

Na GCM, prestou serviços em inúmeros locais sempre conciliando o amor ao próximo com o principal objetivo: contribuir para uma sociedade mais justa onde haja oportunidades de trabalho, educação, saneamento para todos. Cristão, congrega na Igreja Mundial do Poder de Deus no Brás. 

Amauri aceitou o convite de Os Municipais e concedeu entrevista à Wagner Pereira.


1 - Amauri, para iniciarmos fale um pouco do seu início na Guarda Civil Metropolitana, o que fez o Senhor escolher esta corporação, suas motivações?

R. Comecei a trabalhar desde cedo e aos 18 anos me alistei na Força Aérea Brasileira - FAB. O serviço militar me despertou o dever cívico, patriotismo, trabalho em equipe, disciplina, hierarquia, a importância de defender a nação e as pessoas que ali vivem e já sentia vontade de ingressar na polícia, fiquei sabendo da criação da Guarda Civil Metropolitana e as pretensões do então Prefeito Jânio Quadros de criar uma nova Polícia, uma Polícia Municipal que pudesse atuar protegendo bens, serviços e a população paulistana, prestei concurso sendo aprovado e assim após 1 ano e 4 meses de serviço prestado a nossa nação, ingressei na Guarda Civil Metropolitana e desde então já se passaram mais de 34 anos e tenho certeza que fiz a escolha certa!

2 - O Senhor pode nos relatar uma ocorrência que julga mais relevante?

R. Foi um parto que ajudei a realizar, é uma sensação indescritível o nascimento de uma criança.

3 – O Senhor poderia falar um pouco sobre suas motivações religiosas, no que acredita e de que maneira professa sua fé?

R. Sou cristão, congrego na Igreja Mundial do Poder de Deus, frequento os cultos na sede da no Brás todos os domingos, também em alguns dias da semana sempre que possível. Gosto muito das ações sociais que realizamos lá por intermédio da AMAS Associação Mundial de Assistência Social em que prestamos diversos tipos de apoio a moradores em situação de rua, crianças carentes, orfanatos, albergues, hospitais, asilos e tantos outros que trazem uma alegria imensa ao meu espírito. 

4 - Em 2016 o Senhor candidatou-se a uma vaga no Legislativo Paulistano. O que o levou a tomar essa decisão e o que pode nos contar sobre esta experiência?

R. Já está mais que na hora das Guardas Municipais terem seus representantes em todas esferas do poder público. Nessas décadas como Guarda, observei que por mais que atuemos com o máximo de dedicação, profissionalismo e dentro da legalidade ainda era pouco para atender todas as demandas do meu entorno. Especialmente aquelas que sentia na pele no dia a dia de serviço, tais como: baixos salários, desamparo jurídico, colegas adoecendo e falecendo largados a própria sorte ou a correria realizada por nós mesmos, falta de estrutura obrigatória para realização dos nossos serviços, como: Uniforme, instalações físicas, vestiários, viaturas adequadas ao trabalho policial, pouco efetivo para demandas crescentes etc... Ao mesmo tempo que via determinadas categorias e ou comunidades que tinham o devido suporte só por terem seus representantes políticos, foi aí que entendi que só teríamos voz se elegesse um representante Azul Marinho de fato, alguém que tivesse sentido o que passamos diariamente. Até procurei dialogar e apoiar possíveis nomes e por um tempo me dediquei a isso, mas como esses projetos não cresceram, e em dado momento o líder da Igreja Mundial, Apóstolo Valdemiro Santiago viu a nossa luta e nos perguntou se queria ser candidato com o apoio da Igreja, naquele momento vi a melhor opção de tornar o nosso objetivo em realidade e termos um representante Guarda dentro do legislativo paulistano e lutar por melhorias nas condições de vida e de trabalho dessa corporação que tanto amo e acredito que devidamente amparada poderá atuar ainda mais na segurança da cidade de São Paulo.

5 - Tendo ficado como suplente, em 2018 o Senhor teve a oportunidade de assumir a cadeira de vereador por nove meses. Como foi este curto período como Vereador?

R. Foi uma experiência realmente incrível! Assumi, primeiramente por 1 mês e depois retornei para mais 08 meses de mandato. Pude realizar o sonho de defender minha categoria na Câmara de Vereadores e apresentar diversos projetos que ainda estão tramitando é algo que realmente faz a diferença!



6 – Neste curto período foi possível apresentar algum projeto de lei?

R - Sim! Alguns dos mais importantes são: O Plano Plurianual para GCM, o de Assessoria Jurídica, Check up anual para os Guardas. 

7 - Qual andamento ou status dos seus projetos neste momento?

R - Um PL pode levar até mais de um mandato para ser aprovado (04 anos), é necessário que o vereador após apresentação do seu PL faça a defesa e justificativa dele nas diversas comissões da Câmara, o que pela própria rotina da casa leva um bom tempo. Especialmente quando se trata de ações ou mudanças relacionadas a servidores públicos como no caso dos GCMs, devido ao fato de que tais medidas devem por lei ser de iniciativa do Executivo, cabendo ao Vereador encampar e exigir do Prefeito que tal medida seja tomada, por isso a importância de termos um representante atuando no Legislativo! Tenho projetos que viraram lei, embora de baixo impacto social, tem uma importância muito grande e é um marco para Guarda Civil, a primeira rua da cidade com a denominação GCM. Lei 17.400, Rua GCM Adriano de Souza Barbosa.

8 - Quais dificuldades e ou barreiras encontrou na atividade de legislador?

R - Uma das dificuldades é tramitar um projeto, passar pelas comissões, levar a plenário para votação e no final conseguir a sanção do executivo, porém é recompensador! A sensação de estar defendendo meus irmãos de farda é indescritível, outra dificuldade que posso relatar é que fiquei pouco tempo como Vereador, meio que peguei o trem andando, ser suplente o tratamento é outro, não pude fazer uso de todas as possibilidades que o vereador eleito tem.

9 – Como era o relacionamento com o Executivo?

R - Era um relacionamento pautado pelo respeito, o ano que assumi, em 2018, o Prefeito Bruno Covas tinha como meta principal aprovar um novo plano de previdência para os servidores municipais (SAMPAPREV) que iria maltratar mais ainda os Guardas Civis Metropolitanos! Lutei incansavelmente contra, mas o projeto foi aprovado, inclusive, com votos daqueles vereadores que vivem enchendo a boca dizendo que defendem os Guardas, mas que na verdade nunca fizeram nada a não ser distribuir medalhinhas! Como não apoiei tamanha injustiça com nós Guardas Municipais, o diálogo com Executivo ficou quase impossível! Mas me mantive honrado e orgulhoso de poder subir à tribuna e falar umas verdades sobre nossa nobre missão e condições de trabalho!



10 – A GCM de SP vem sofrendo perdas constantes de efetivo por diversos motivos, os quais não tem sido repostos com a abertura de novos concursos. Qual a solução para este problema?

R - Defendo a abertura de concursos anuais para aproximadamente 600 vagas. Considerando a média anual de perda de 200 Guardas, é um saldo de 400 anuais. Evidente que esse ano de pandemia é um ano excepcional, mas acredito ser um número razoável, que pode ser realizado por um prefeito que tenha interesse em efetivamente melhorar a segurança das pessoas da nossa cidade. Em 20 anos teremos aproximadamente 14 mil Guardas. E é justamente isso que trata o projeto de lei sobre o plano plurianual da Guarda Civil. 

11 - Como é possível dar condições mais dignas de trabalho ao Guarda Civil Metropolitano?

R - É necessário que se faça um investimento grande na Guarda Civil Metropolitana, desde contratação como falamos anteriormente, valorização salarial, aumento no padrão do GCM, equipamentos, as Unidades da Guarda (Inspetorias) terem condições de abrigar o efetivo, e nosso projeto plano plurianual já trata dessas demandas e temos os projetos de auxílio jurídico e check up anual para o GCM vem de encontro a dar condições dignas aos nossos profissionais. 

12 - Quais os caminhos para melhorar os rendimentos dos Guardas Civis Metropolitanos?

R - Primeiramente precisamos conseguir aumento do orçamento. Sem orçamento não tem aumento. 

13 - Como o Senhor entende que deve ser tratada a questão dos readaptados dentro de uma atividade policial como a realizada pela GCM de SP?

R - Com muito bom senso. Eu realmente acredito que podemos atender a necessidade de pelo menos a maioria, tentando entender as dificuldades e necessidades de todos.

14 - Passado tanto tempo prestando serviços de alto risco a municipalidade o Guarda Municipal não tem direito a aposentadoria especial. O que poderia ser feito sobre esta questão?

R - Uma longa batalha a ser vencida tanto na esfera federal como na municipal. Precisamos ter representantes de verdade no poder legislativo, representantes que não se dobre às benesses do executivo e que defenda o azul-marinho de verdade. Acredito que o nosso regime previdenciário deva vir para ser discutido no município, na câmara municipal, aí serão longos e incansáveis conversas e discussões para garantirmos os nossos direitos conquistados em todos esses anos.

15 - Após aposentadoria o Guarda Municipal perde o porte de arma, ou seja, ao trabalhar por décadas com sua principal ferramenta o profissional se vê privado de algo que pode ser utilizado inclusive para sua defesa, de familiares e terceiros. Isso pode ser resolvido? 

R - Pode sim e sou favorável, mas isso não depende tanto de um vereador. Precisamos estimular a secretaria e o comando geral para firmar um convênio com a Polícia Federal.

16 – Qual a importância para categoria Guardas Municipais terem representantes nos Legislativos Municipais? 

R. A Importância que tem toda categoria. Entretanto, ter uma voz engajada com as necessidades de uma categoria, e ter a certeza que pelo menos haverá muita briga com o executivo em casos de injustiças. Ter um vereador ou deputado que fale a língua da categoria, que conheça bem os trabalhos e estrutura é essencial. É ter um canal direto entre o problema e a solução. Evidente que nem tudo se resolve, precisamos saber até onde vão os limites, mas com certeza é um caminho necessário.


17 - Como Guarda Civil Metropolitano e cidadão o Senhor sente-se representado por algum vereador na atual legislatura?

R - Definitivamente não. Como cidadão observo diversas carências em nossa cidade que entra ano sai ano e nada é feito. Como GCM, aí que fica triste, nos falta tudo: Salário digno, infraestrutura, condições de trabalho e especialmente representação!

18 – O Sistema Único de Segurança Pública, instituído pela Lei Federal nº 13.675 de 11 de junho de 2018, indicou que os Estados e Municípios deveriam no prazo de 02 (dois) anos estabelecer os planos de segurança locais, porém o Executivo da Cidade de São Paulo não apresentou qualquer minuta de projeto de lei a respeito, como o Senhor avalia essa situação?

Isso demonstra uma certa falta de atenção por parte do executivo municipal com a segurança pública. Temos que mudar essa visão que segurança cabe unicamente ao estado. Temos a maior guarda civil armada do país e se melhor equipada e estruturada, com certeza ela poderá contribuir mais ainda com a segurança do paulistano. É função do vereador fiscalizar o Executivo. Fiz isso em 2018 quando assumir como Vereador por nove meses e não poupei o Prefeito de nada! Cobrei aumento de salário para GCM, relatei a necessidade de novos Guardas, exigi melhores condições de trabalho e aumento do orçamento da SMSU e como Vereador não deixarei passar nenhuma omissão do Executivo Municipal!

19 – O Plano Diretor Estratégico do Município de São Paulo, instituído pela Lei Municipal nº 16.050 de 31 de julho de 2014, menciona apenas uma vez a Guarda Civil Metropolitana, como mudar esse quadro?

A revisão do Plano diretor está prevista para o próximo prefeito, e a ele cabe enviar a proposta de revisão à câmara municipal. É exatamente nesse momento que a representatividade passa a ser fundamental. Embora as metas estejam estipuladas para 2029 elas podem e devem começar a ser executadas. No artigo 301, que cita a guarda civil, as atuais ações estão totalmente contrárias às metas, com o deslocamento de inspetorias e alterações de área de atuação. Já existe lei em vigor que toda estruturação municipal deve ser necessariamente feita com base nas áreas dos distritos e subdistritos. É inconcebível e totalmente irracional o que essa administração fez e isso deve ser revertido o mais rápido possível.

20 – O Estatuto Geral das Guardas Municipais, instituído pela Lei nº 13.022 de 08 de agosto de 2014, veda regulamentos disciplinares e indica que o Corregedor Geral seja eleito, porém passados 6 anos da edição da Lei, a Guarda Civil Metropolitana pouco avançou nesse sentido, o Senhor tem algum projeto nesse sentido?

Quando Vereador, criei a subcomissão de estudos do Regulamento Disciplinar da Guarda Civil e junto com SMSU, Comando Geral da GCM, representantes da Categoria a discutir não só as alterações necessárias, mas principalmente uma proposta totalmente nova e adequada aos tempos atuais, na verdade em verdadeiro "Código de Ética". As reuniões da subcomissão foram paralisadas por conta da pandemia.  

Acredito que temos que retomar os estudos para alterações do RD com todos interessados e representantes. Caso essa proposta seja de interesse da categoria irei defendê-la com todas as minhas forças como sempre fiz.




Nenhum comentário:

Postar um comentário