Classe Distinta da Guarda Civil Metropolitana de São Paulo
Nossa Carta Magna, em seu Artigo 1º, de forma
reduzida diz: "Todo poder emana do povo, para o povo.".
Vamos agora divagar sobre estas
palavras, que lidas, são de beleza e perfeição quase indizível, mas que na
prática, pelo menos em nosso país, beira a hipocrisia.
Nossos representantes, em sua
grande maioria, são eleitos pelo povo através do voto direto, um
"direito" conquistado com a democracia, após os anos de chumbo do
militarismo.
Passamos a eles uma espécie de
procuração para que nos representem e administrem a sociedade buscando o bem
comum, em prol de uma maioria, sem esquecer da minoria. O bem estar de todos é
uma regra, mesmo os marginais merecem, segundo nossa constituição, um tratamento
adequado e humano.
Infelizmente nossa nação sofre de
um mal, desde suas origens, e permanece até o presente. Todos sabemos que o
"Brasil" não foi descoberto, Dom Pedro Álvares Cabral veio a estas
terras com a certeza de sua existência, a ideia era apenas conferir o quanto de
terras o Império Lusitano tinha por direito e quanto e como eram estas terras.
A passagem do Brasil Colônia para Brasil Império foi mais uma negociata, onde
pagamos a conta da Coroa Portuguesa com a Inglaterra e de quebra, ganhamos um
Imperador Português. A passagem do Brasil Império, mais uma negociata, onde Dom
Pedro II assumiu a Coroa Portuguesa, o Brasil pagou mais uma conta da Coroa com
a Inglaterra e ganhamos a "República".
Reza a lenda, que a maioria de
nossos mártires foram fabricados, pois
em uma consulta do então Imperador Dom Pedro II, que queria saber por que o
povo era tão apático, descobriu-se que não tínhamos orgulho de nosso país, não tínhamos história, não
tínhamos heróis...então apareceram um monte de mártires e heróis fresquinhos
surgidos do forno (Tiradentes, Pedro Álvares Cabral, José de Anchieta, alguns
Bandeirantes e por ai se vai...).
A corrupção sempre pertenceu a
nossa história. Os interesses de uma elite autoritária e dominante sempre
falaram mais fortes, e até hoje vemos isto, de uma forma mais sutil, mas sempre
presente e forte.
A atual Constituinte diz, que a iniciativa popular poderá
ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei
subscrito, no mínimo, por um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo
menos por cinco estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores
de cada um deles. Só isto, na opinião deste, já quebra o dito no artigo 1º, com
tamanho empecilho, mas podemos entender isto como um preciosismo, e se
realmente o assunto for de interesse de uma nação, nada que um plebiscito não
possa confirmar, ou ainda, o movimento de alguns políticos para que estas
assinaturas sejam angariadas e assim possamos mudar a Constituinte em prol do
povo, para o povo.
Desde que me entendo por gente e o Brasil readquiriu a
Democracia falasse muito em uma tal de "Reforma Tributária" e ficasse
só no falar...mas o que interessa esta Reforma Tributária?
Este é um tema extenso, e seria pretensão demais a este,
querer de alguma forma expor de forma resumida sobre o assunto, mas deixo o link
http://www1.folha.uol.com.br/mercado/1166217-reforma-tributaria-pode-deixar-cada-brasileiro-10-mais-rico-diz-economista.shtml para caso alguém se interessar, possa entender do
que se trata.
Mas no caso de uma Reforma Tributária, muitas receitas seriam "enxugadas" em nome
de um maior controle de gastos, mais austeridade com os gastos públicos, melhor
distribuição de renda e maior geração de riqueza do país. O que pega é a parte
do "receitas enxugadas" e "mais austeridade com os gastos
públicos" ...o Governo iria arrecadar menos, menos dinheiro nos cofres
públicos...menos dinheiro para barganhas políticas, os "responsáveis"
teriam que justificar os gastos, como e quando...será que isto é de interesse
de nossa maioria política?
Outro assunto que volta e meia vem a tona é a reforma do
Código Penal (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848compilado.htm),
que é um decreto de 1940 todo remendado, mas que está muito aquém de suprir ás
necessidades do povo brasileiro, mas que muito se fala e quase nada se faz. A
quem interessa esta reforma? Ao povo, é
claro...mas se há uma reforma desta para o povo a classe política deverá se
enquadrar nisto, deverá rever suas regras...e isto é interessante á classe
política? Isto é interessante a uma elite habituada a um mar de impunidade, com
tantos atalhos para se esquivar da lei, bastando para isto, um bom punhado de
cédulas e conhecimento em algumas altas esferas?
Recentemente tenho acompanhado um movimento cada vez maior
de conscientização sobre a maioridade penal em nosso país, e isto com
envolvimento de representantes de peso da nossa mídia (o caso de Marcelo
Rezende do Cidade Alerta) e de alguns autores de nosso Blog, com destaque para
a colega Maria de Lourdes Moreira em seus artigos:
Comparação da maioridade penal entre os países
http://osmunicipais.blogspot.com.br/2012/12/comparacao-da-maioridade-penal-entre-os.html
Maioridade Penal - Critérios para Verificação da
Imputabilidade
Evolução Histórica da Maioridade Penal no Brasil
Maioridade Penal, Reduzir ou Manter?
Nos brinda com uma verdadeira aula sobre como nosso sistema
é retrógrado e ineficiente referente ao
assunto, nos possibilitando um trabalho interior sobre o assunto e formar uma
opinião isenta a respeito, servindo de alicerce, pois a mesma não se baseia em
opiniões e/ou teses, e sim sobre fatos e leis.
Mas, mais uma vez, eu questiono, a quem interessa
"mexer neste assunto"? Isto é uma Clausula Pétrea em nossa Constituição ,
e só poderá ser alterada com uma nova Constituinte. E se é para mudar, vamos
aproveitar e alterar muitas outras coisas, e vai que, num arroubo de ética, as
coisas ficam complicadas para as "velhas raposas felpudas" que a tantos anos dominam o celeiro? Reduzir
maioridade penal implica em muitos gastos para o poder público, não é dar a
punição, significa investir em educação, saúde, moradia, cultura, justiça,
sistema prisional correcional eficiente...em suma, condições básicas para que o
jovem não se envolva no crime, não tenha razões para isto. Fazendo uma conta
simples, se dou " educação, saúde, moradia, cultura, justiça" para o
povo (o do "Poder" lembram), teremos um "Povo" mais
esclarecido, mais ciente de seus direitos, participativo...a quem isto
interessa? Ao povo (perceberam o Povo e povo) é claro!!! Mas isto é
interessante a classe política dominante? A classe política dos mensalões,
cachoeiras, representantes governamentais, procurados pela Interpol, artistas
analfabetos e etc?
O interesse do povo é deixado em segundo plano, quando o
interesse do "país" se faz necessário, o problema é que o país é
cheio de interesses, o interessante que este país não é composto do
povo...Complicado?
Recentemente, venho acompanhando a disputa no Congresso
Nacional sobre a divisão dos "Royalties" do "Pré-Sal"...desde
o início ficou decidido que a maior parte dos lucros ficariam com os estados e
cidades produtores, mas os estados não produtores não aceitaram isto, é um
negócio de bilhões de dólares, e conseguiram em tempo recorde, derrubar o veto
da Presidente da República e articular um "Golpe" para o que já
estava estabelecido...mas o interesse neste caso, vê-se claramente que não é
com o povo, a preocupação é com mais dinheiro para os nichos políticos.
Acompanho isto e mais algumas coisas, e vejo que lentamente
o povo caminha em busca ao esclarecimento, mas é muito lento, vejo movimentos
em redes sociais, manifestações na imprensa, mas tudo de uma forma muito
tímida. A política do "Pão e Circo" ainda é muito presente em nosso
país, o povo é muito iludido com migalhas e pedaços de alegria. Estamos
iludidos com Copa das Confederações (2013), Copa do Mundo (2014) (uma mina de
dinheiro, e o povo?), Olimpíadas no Rio de Janeiro (2016) (outra mina, e mais
uma vez, e o povo?), o Pré-Sal que tanto se fala mas nada aparece.
O povo precisa tomar o poder e entender que todo o poder
emana dele, e que a classe dominante é na realidade, uma classe dependente do
povo.
Caro Eduardo,
ResponderExcluirParabéns pelo conteúdo apresentado e estou convicto de que nós fazemos as mudanças.
A realidade é que o poder exercido pelo povo, antes de tudo, tem que querer ser exercido. Grande conclusão sobre "migalhas", pois nosso povo se contenta com doações, acreditando que são conquistas. Abrir mão de algo e conceder, por vezes, "anistias", regularizando aquilo que é ILEGAL é a prática adotada pelos nossos governantes, porém não satisfaz a necessidade coletiva e se privilegia grupos de OPOSIÇÃO, contrariando aquilo que se estabeleceu como interesse coletivo, abrindo mão, quase sempre, do patrimônio público.
Sua fala é precisa e, no meu ver, é a expressão da verdade.
Parabéns!
Grande abraço,
Marcos Luiz Gonçalves