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quinta-feira, 3 de abril de 2014

Da Redação – Plano de Carreira para Guardas Municipais – Parte IV – Quantidade de Cargos


Autor: Wagner Pereira
Classe Distinta da Guarda Civil Metropolitana de São Paulo
Bacharel em Direito pela Universidade São Francisco
Pós-graduado em Direito Administrativo pela Escola de Contas do TCM-SP

Observando que a proposta de Plano de Carreira para Guardas Municipais, apresentada no XXI Congresso Nacional das Guardas Municipais, em 2011 na Cidade de Novo Hamburgo no Rio Grande Sul, possui 10 (dez) cargos, temos que definir seu quantitativo e sua relação aritmética com os demais cargos, numa relação mínima de 1 (um) para 02 (dois), ou seja, para cada cargo exista no mínimo dois cargos subordinados, assim teremos o seguinte resultado:



Portanto, ao aplicar o mínimo da relação de cargo(1/2), necessitaríamos de ter uma Guarda Municipal com 1023 integrantes para termos todos os cargos preenchidos de forma racional, entretanto, poucas Corporações possuem efetivo acima de 500 Guardas Municipais.

Na tabela apresentada, é notório o inchaço dos cargos de execução, que correspondem a 87,6% do total de cargos da carreira, isso porque consideramos o cargo de Classe Especial como de supervisão, evidenciando que uma carreira com muitos cargos provavelmente terá uma estagnação, por não disponibilizar vagas para os cargos de supervisão e gestão, isso porque aplicamos um percentual mínimo de 1 para 2, respeitando a conceituação de cargo público previsto na doutrina e legislação.

A definição dos cargos de execução, supervisão e gestão devem observar a complexidade de suas atribuições e responsabilidades, sendo que pelas peculiaridades da atividade policial ou de segurança pública, buscando sua inserção nas atividades administrativas e operacionais desenvolvidas, porém entendemos que o quadro técnico possa ocorrer de forma autônoma para suprir determinadas demandas específicas, porém de forma global, nos parece razoável a seguinte tabela.




Desta forma relacionamos o quantitativo de cargos com seu tipo de atribuição, ou seja, somamos isoladamente os cargos de gestão, supervisão e execução  e obtivemos o seguinte resultado:

Cargo
QTE
%
GCM
%
Gestão
15
0,015
1
1,026
Supervisão
112
0,109
8
7,664
Execução
896
0,876
61
61,31

1023
1
70
70

Então, se aplicarmos os percentuais obtidos seriam necessários um efetivo de 70 (setenta) Guardas Municipais para termos um cargo de gestão, o que parece razoável, porém temos Corporações com efetivo menor, porém temos que pensar em uma estrutura para execução operacional de suas atividades, sendo necessário no mínimo um efetivo de 31 (trinta e um) Guardas Municipais.

Inspetor
1
1
Subinspetor
3
2
Classe Distinta
5
4
GCM - 1ª Classe
20
8
GCM - 2ª Classe
41
16

70
31

Entretanto, a realidade de segurança pública está muito aquém deste número, pois temos cidades que possuem apenas 2 (dois)  Policiais Militares e uma Polícia Civil itinerante, portanto dificilmente a prefeitura local teria recursos para manter um efetivo de 31 (trinta e um) Guardas Municipais, o que nos faz repensar seriamente no conceito de polícia municipal, pois o Brasil não adota critérios objetivos para a criação de novos municípios, que em sua maioria sobrevive do repasse de verbas federais e estaduais, não afetando somente a qualidade deste segmento, mas também educação, saúde, habitação, saneamento básico.


Na próxima semana vamos abordar tabela de vencimentos.

2 comentários:

  1. Você esqueceu que na gestão ,que é o planejamento estratégico de uma empresa teriamos o presidente e vice-presidente.Aplicando em nossa realidade, teriamos o Comandante e Subcomandante.
    Ou seja é muito Cacique para poucos índios pois teriamos 6 cargos de gestão(planejamento estratégico), 3 cargos supervisão(planejamento tático) 3 cargos execução (planejamento operacional).
    Assim meu nobre CD Wagner a firma vai a falência! Teriamos que contratar os serviços de um bom consultor juríco como você, para nos salvar dos processos.Mas graças a Deus que estamos na GCM....

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    1. Na verdade, o estudo é focado nas implicações da proposta apresentada pela SENASP como modelo ideal de carreira, particularmente defendo uma carreira enxuta e com poucos cargos, é salário inicial de R$ 3.000,00 (três mil reais), o que é pouco pela realidade econômica do país, porém entendo que a escolaridade é fundamental para a evolução da segurança pública, por isso também defendo para ingresso curso superior, neste caso, com salário acima de r$ 4.500,00 (quatro mil e quinhentos) reais, o que é pago inicialmente a qualquer profissional com essa exigência.

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